sábado, 1 de outubro de 2011

BABALORIXÁS/PAIS DE SANTOS


BABALORIXÁ

        O termo “Pai de santo” encontra o seu similar no yorubá  babalorixá (baba=pai; orixá=orixá, guardião da cabeça). Parece soar estranho que algum mortal seja considerado “pai” de um orixá, quando , na verdade, o “ pai de santo” é mais um zelador do que pai propriamente dito.  O termo designa o sacerdote das religiões afro-brasileiras, cujo a sua função é jogar búzios, fazer a “feitura” de filhos e filhas de santo, orientação espiritual, onde lhe é cabido a função de zelar e celebrar os orixás, tantos seus como os das pessoas que lhe são confiadas espiritualmente. O termo “pai de santo” vem do fato que os babalorixás  são responsáveis pela “feitura” dos orixás dos seus filhos, tornando-se “pai” (responsável) por esses “santos” ou orixás que são “feitos” por suas mãos( o processo de “feitura” é complexo, em outra ocasião eu tento explicar-lhes).
    Na religião afro-brasileira dominante aqui no Rio Grande do Sul, mais conhecida como Batuque ou Nação, não há uma estrutura complexa de cargos, ou seja, uma hierarquia formal como a do Camdomblé ou outras religiões de matriz africana. O Pai de Santo é o ápice da estrutura, sendo que o requisito básico para atingir esse cargo é você ser filho de santo ( omorixá) de um ilê(casa), por algum tempo e ter os conhecimentos básicos necessários da religião, além de ter os axés de faca(obé) e búzios (axés de Orumiláia ou Ifá). Antigamente, a “feitura” e a aquisição desses axés levavam no mínimo 7 anos( havia casas onde os seus filhos de santo levavam mais de dez anos para terem o seu “aprontamento”),hoje  leva-se menos tempo para aprontar-se(dependendo da casa e da nação a que se pretence). Não posso emitir uma opinião de é certo ou errado. Muitas vezes esse ato depende de dinheiro e disponibilidade, coisas raras nesses nossos tempos;outras vezes, depende dos dons da pessoa e do seu aprendizado. Também é raro nos nossos tempos termos babalorixás com paciência e disponibilidade de ensinar.
        A função do sacerdote da religião afro-brasileira, quando bem exercida , trás benefícios não só para o portador do axé, mas sim para toda a comunidade religiosa a qual ele é responsável. Lembrando também que um bom sacerdote da  nossa religião eleva o nome da mesma, trazendo credibilidade para a nossa religião.
Dedico essa postagens aos babalorixás e yalorixás, verdadeiros portadores do axé , que estão todo o dia orientando e ajudando as pessoas nos seus caminhos. Lembrar que o axé, a força espiritual não reside na grandiosidade, na suntuosidade, mas sim na humildade.


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