sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Xangô


XANGÔ



      Para falar de Xangô temos que ,primeiramente, distinguir o aspecto histórico do aspecto religioso. O Xangô histórico foi o terceiro rei ou alafim do Império de Oyó, cidade mais importante do povo Yorubá  entre os séculos XIII e XIV. Xangô era filho de Oraniã e Torosi e foi coroado após destronar o seu irmão mais velho Dada-Ajaká. Xangô acabou exilando o seu irmão mais velho, fazendo usar uma coroa chamada adé  bayani  e acabou governando Oyó por sete anos. Mais tarde, por problemas internos no reino, Xangô enforcou-se, deixando o reino para Dada-Ajaká.
     O Orixá Xangô, nos diversos cultos afro-brasileiros, é o Orixá do trovão, do fogo, da pedra e da Justiça. Personificado como um rei, sua saudação é Kawô Kabyesile( posso olhar para vossa majestade?). É requisitado pelos praticantes dos cultos afro-brasileiros  nos diversos problemas judiciais, pois é conhecido como um rei justo, dono das decisões sábias.Seu símbolo principal é o Oxé, um machado de dupla face. Xangô é viril e justiceiro, utiliza seu senso de justiça para punir os malfeitores.
      No Nação praticada aqui no Rio Grande do Sul, seu número pode ser  o12, o 6 ou 24. 12 é o número de seus ministros. Suas cores são o vermelho e o branco e sua comida é o amalá. As principais qualidades cultuadas aqui são Xangô Ogodô( Xangô velho, sincretizado com São Jerônimo);Xangô de Ibeji( sincretizado  com São João Batista, Xangô menino) e Xangô Aganjú( Xangô jovem, sincretizado com São Miguel Arcanjo).Sendo o seu domínio o fogo e a pedra, as pedreiras são os locais indicados para levar o amalá, a oferenda desse glorioso Orixá. Cabe aqui relatar também que um dos momentos mais importantes do nosso ritual, a Balança(Kassum) ocorre dentro do seu axé(quando uma obrigação de quatro pés é realizada e os “prontos” dançam esse axé), depois ocorrendo o seu toque característico: o Alujá.
       Xangô foi casado com Oyá, Oxum e Obá.Seufilhos tem um grande senso de justiça, mas tem a tendência de serem dominadores e não gostam de serem contrariados. Aqui vai o meu respeito a esse grande orixá, pelo seu axé, pela sua justiça e benevolência. O meu respeito ao Pai Xangô Aganjú Ibeji Emi e pelo pai Xangô Aganjú Bamboxê.

D - Aganjú èkó meu’ jéjé ori jéjé Aganjú Èkó meu’ jéjé ori
Sàngó 
                     (Aganjú me ensine também o caminho de cumprir a tradição
de minha cabeça, a cumprir os juramentos, insígnia me a cumprir a tradição
de ter cabeça do Xangô)




Kawô, meu pai!



 

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