Tantas voltas, tantos caminhos
Tantas verdades absolutas
Pras gente sempre acabar em dúvidas
É o preço que pagamos por achar que somos livres
Na verdade, os grilos existentes
São apenas meras consequências
Do que você nunca aprovou
Chorar não adianta
Só alivia, mas desvia do caminho
Você acorda dos sonhos
E vê que ainda está sozinho
Sonhar com o Paraíso
Muitas vezes é preciso,
Mas é preciso seguir a estrada certa
Para poder chegar até lá
Vem as chuvas, vem as secas
Ventanias varrendo a cidade
Relâmpagos, trovões
Anunciações!
De um julgamento necessário
A mesa está posta
O juri, em seguida, irá tomar a sua decisão
E você se desespera!
Sonha com a própria morte
Não adianta viver, não há mais sorte
Autopunição e alívio tem o mesmo nome
A confusão persiste e a ansiedade domina
É a mulher se fazendo de menina
Tentando se esconder no superado jogo da sedução
O melhor é esperar ao invés de tentar atitudes tolas
Nesse momento é impossível buscar as portas abertas
A decisão já foi tomada
É sua responsabilidade e dever ir atrás da estrada
o arco-íris brilhará no céu indicando o caminho
Não estamos sós
Só te peço: quando encontrares o Reino
Me avisa, pois estarei lá
Porto Alegre, 03 de março de 1993.
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