sexta-feira, 1 de julho de 2011

Negritude


" E na atual sociedade, lutamos pela igualdade
Sem preconceitos sociais
Linda Anastácia sem mordaça
O novo símbolo da massa
A beleza negra me seduz
Viemos sem revolta e sem chibata
Dar um basta nessa farsa
É festa, é Carnaval, eu sou feliz"
  Salgueiro - Samba-Enredo 1989
Alaor Macedo, Helinho do Salgueiro, Arizão, Demá Chagas, Rubinho do Afro
TEMPLO NEGRO EM TEMPO DE CONSCIÊNCIA NEGRA




Neste início de mês de julho resolvi pensar um pouco na Negritude, na nossa condição na sociedade atual, nas nossas aspirações e conquistas. Pode soar um pouco racista falar nas condições de Negritude e não falar sobre pobreza e inclusão social, mas elas andam juntas nesse país. A desigualdade social  nesse país passa pela desigualdade racial, herança clara da escravidão que não foram sanadas nesses 123 anos de "liberdade" do negro na nossa nação. Sempre fomos relegados a segundo plano, tratados como marginais ou com o famoso tapinha nas costas e, quando reclamávamos ou protestávamos, diziam (ainda dizem ) que os racistas somos nós, que isso não existe no nosso Brasil(imagina?!). O negro no Brasil sempre teve que ser duas vezes melhor para conseguir o seu espaço.
No ano de 1988 foi comemorado o centenário da Abolição da Escravatura, com milhares de eventos por aí a fora. Eu tinha 16 anos, escrevi um trabalho escolar premiado na escola onde estudava(Escola Técnica Parobé) e participei de um evento com meu pai, Eduardo Silva, ou Pai Eduardo de Xapanã, que contava com a reunião de vários babalorixás no ginásio Gigantinho, em Porto Alegre. Muito foi discutido nesse evento e muito também foi discutido naquele longinquo ano de 1988. Parou por ai. Não tivemos mais nenhuma discussão sobre o negro, sobre nossa situação no mercado de trabalho, combate ao preconceito, inclusão e outros assuntos que deviam sempre estar na pauta. Outro fato que também deve ser lembrado: Não somos unidos.Muitos não se assumem também. Isso é deprimente.Não se assumir é dar força ao preconceito.
Falar de negritude é falar desse grande continente chamado África e de toda a sua cultura, transportada junto com os nossos ancestrais nos tumbeiros. Nosso país não seria o que é sem a participação do negro, a princípio como força de trabalho nos canaviais, nas minas, nos cafezais, nos grandes centros urbanos; Culturalmente e religiosamente contribuímos com o candomblé, a nação, a umbanda, a capoeira, o maracatu e outras manifestações. Não podemos nos depreciar, nunca! A beleza da nossa etnia deve ser sempre exaltada e passada para nossos filhos. Devemos batalhar contra o racismo e qualquer tipo de discriminação. Não é possível exitir ainda, em pelno século XXI, que ainda aconteça atos racistas, homofóbicos, discriminação religiosa entre outras.
Pode ser que não tenha escrito um texto magnífico, mas é um desabafo. Prometo esforçar-me mais da próxima vez.
Abraços.

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